Fumar é prejudicial à saúde – de
diversas formas. Os prejuízos à saúde são tantos que o tabagismo é considerado
um problema mundial de saúde. Para alertar a população sobre as doenças e
mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) criou o "Dia Mundial Sem Tabaco", comemorado no dia 31 de maio.
Neste ano, a campanha busca
sensibilizar os governos a aumentarem os impostos sobre o tabaco,
consequentemente aumentando seu preço e desincentivando seu consumo. A
organização estima que um aumento dos impostos do tabaco em 50% em todos os
países reduziria o número de fumantes em 49 milhões nos próximos três anos,
podendo salvar até 11 milhões de vidas.
Seis milhões de pessoas no mundo
morrem todo ano devido ao uso do cigarro, segundo o relatório "Epidemia Global do Tabaco 2013" da
OMS. No Brasil, o Inca aponta que cerca de 12% da população adulta brasileira
consome tabaco em suas diversas formas (cigarro, charuto, cigarro de palha,
rapé ou fumo-de-rolo) e 200 mil morrem anualmente devido ao tabagismo.
"Todo cigarro faz mal à
saúde, não importa a marca ou o tipo. E os prejuízos à saúde são vários, indo
desde alterações no paladar ao câncer de pulmão", alerta a pneumologista
Suzana Pimenta, do Hospital 9 de Julho.
Saúde em risco
O cigarro pode causar cerca de 50
doenças diferentes, em várias partes do organismo. Uma das primeiras áreas do
corpo atingidas pelo tabagismo é a boca, porta de entrada das sustâncias
tóxicas presentes no cigarro.
Fumar modifica o hálito, irrita a
gengiva, facilita o surgimento de cáries e altera as papilas gustativas,
afetando o paladar. Além disso, aumenta o risco de desenvolver câncer de boca.
O órgão mais afetado pelo
tabagismo é o pulmão. As substâncias tóxicas inaladas fazem os tecidos dos
pulmões perderem elasticidade, o que causa uma degeneração parcial de sua
estrutura. O resultado são problemas como bronquite, doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC) e câncer. De acordo com o Inca, o tabagismo é responsável por
85% das mortes causadas por bronquite crônica e DPOC e 90% dos casos de câncer
de pulmão.
O coração e a circulação também
são prejudicados. Fumar diminui a espessura dos vasos sanguíneos, faz com que o
corpo absorva mais colesterol, reduz a concentração de oxigênio no sangue e
eleva a pressão arterial e a frequência cardíaca, que sobe até 30% durante as
tragadas. Isso aumenta significativamente o risco de desenvolver hipertensão,
aneurismas, tromboses, varizes, infartos e angina. De acordo com o Inca, 25%
das mortes por doença coronariana e 45% das mortes por infarto agudo do
miocárdio em pessoas com menos de 65 anos são causadas pelo tabagismo.
Cérebro, fígado e estômago também
são afetados pelo tabagismo. Os vasos comprimidos, a qualidade de sangue
prejudicada e o aumento da pressão arterial podem levar a um derrame cerebral.
A nicotina e outras substâncias tóxicas presentes no cigarro são metabolizadas
pelo fígado e pelo estômago, o que pode causar gastrite, úlcera e até mesmo
câncer.
A lista de problemas causados
pelo tabagismo não para por aí, e ainda inclui osteoporose, catarata,
impotência sexual, infertilidade, menopausa precoce, complicações na gravidez e
vários tipos de câncer.
O câncer, aliás, é um capítulo à
parte. Isso porque o tabagismo está relacionado ao desenvolvimento de câncer de
pulmão, boca, faringe, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e
de leucemia. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, 30% das mortes
decorridas por esses tipos de câncer (tirando o câncer de pulmão) são causadas
pelo tabagismo. Em se tratando apenas do câncer de pulmão, o tabagismo é
responsável por 90% dos casos da doença, causando cerca de 1,4 milhões de morte
anualmente no mundo todo.
E não é só quem fuma que é
prejudicado: as pessoas que convivem com os fumantes também são. "Os
fumantes passivos têm um risco alto de desenvolver câncer de pulmão, infarto do
miocárdio e até ter alterações na gestação, entre outros problemas de
saúde", aponta o pneumologista Ubiratan de Paula Santos, médico da Divisão
de Pneumologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas e professor da
FMUSP (Faculdade de Medicina da USP).
Quem convive com fumantes têm um
risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão e 24% maior de ter infarto.
Segundo dados da OMS, aproximadamente dois bilhões de pessoas são vítimas do
fumo passivo no mundo. Destas, 700 milhões são crianças, que sofrem com maior
incidência de bronquites, pneumonia e infecções de ouvido, entre outras
doenças. No Brasil, as crianças são 40% das vítimas do fumo passivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário