O monitor da capoeira
Erivaldo Calixto prepara uma aula para os capoeiristas com muita informação e
muito dinamismo. Para iniciar as atividades o monitor aplicou uma aula teórica
e prática com os adolescentes sobre a importância da capoeira como atividade física,
logo após passou para eles um vídeo que falava sobre o batizado do capoeirista.
O batizado é uma roda de capoeira solene e festiva, onde alunos novos recebem
sua primeira corda e demais alunos podem passar para graduações superiores. Em
algumas ocasiões, podem-se ver formados e professores recebendo graduações
avançadas, momento considerado honroso para o capoeirista. O batizado parte ao
comando do capoeirista mais graduado do grupo, seja ele mestre, contramestre ou
professor. Os alunos jogam com um capoeirista formado e devem tentar se
defender. Normalmente, o jogo termina com a queda do aluno, momento em que é
considerado batizado, mas o capoeirista formado pode julgar a queda
desnecessária. No caso de alunos mais avançados, o jogo poderá ser com mais de
um formado, ou até mesmo com todos os formados presentes, para as graduações
avançadas.
Tradicionalmente, o
batizado seria o momento em que o capoeirista recebe ou oficializa seu apelido,
ou nome de capoeira. A maioria dos capoeiristas passa a ser conhecida na
comunidade mais pelos seus respectivos apelidos do que por seus próprios nomes.
Apelidos podem surgir de inúmeros motivos, como uma característica física, uma
particular habilidade ou dificuldade, uma ironia, a cidade de origem, entre
outros.
O costume do apelido
surgiu na época em que a capoeira era ilegal. Capoeiristas evitavam dizer seus
nomes para evitar problemas com a polícia e se apresentavam a outros
capoeiristas ou nas rodas pelos seus apelidos. Dessa forma, um capoeirista não
poderia revelar os nomes dos seus companheiros à polícia, mesmo que fosse preso
e torturado. Hoje em dia, o apelido continua uma forte tradição na capoeira,
apesar de não ser mais necessário.
Ainda na aula os alunos
tiveram a oportunidade de aprender dança que se chama Maculelê. Maculelê é um
tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena. O
maculelê em sua origem era uma arte marcial armada, mas atualmente é uma forma
de dança que simula uma luta tribal usando como arma dois bastões, chamados de
grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes no
ritmo da música em línguas africanas, indígenas e portuguesa. Num grau maior de
dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que dá
um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe. Esta dança é
muito associada a outras manifestações culturais brasileiras como a Capoeira e
o frevo.
Para finalizar o
monitor Golinha aplicou para todos os adolescentes um trabalho onde as crianças
se divertiram colorindo uma arte onde estava exposto os instrumentos de origem
africana.
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