Além do curso Inicial, com 40 horas, os selecionados devem formar a sua turma com o número mínimo de 14 alunos na zona urbana, e sete alunos na zona rural. Durante os oito meses de duração do programa os professores ainda participam de uma formação continuada, com uma aula mensal de oito horas. A coordenação do programa informa que, de acordo com a demanda, os alfabetizadores poderão atender turmas nas escolas da Rede Municipal de Ensino.
No primeiro dia do curso de formação do programa, que visa proporcionar a alfabetização de jovens, adultos e idosos não alfabetizados, as futuras educadoras fizeram uma reflexão sobres os textos “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, do pedagogo Edgar Morin e "A Canoa", de Paulo Freire. Nos próximos encontros serão abordados temas como a matriz de referência do programa, com os conteúdos que serão desenvolvidos pelos professores e teste cognitivos de entrada. “Uma sondagem para avaliar o nível de alfabetização da turma, na leitura e na escrita”, explica Rosângela Vaz, uma das coordenadoras do Brasil Alfabetizado.
Os alfabetizadores recebem uma ajuda de custo do Governo Federal, no valor de R$ 400, e devem cumprir uma carga horária semanal de 10 horas. As aulas terão início dia 4 de março.
Para atuar na educação de jovens, adultos e idosos é necessário desenvolver o olhar investigador sobre os contextos de vida desses sujeitos, buscando pesquisar e compreender seus conhecimentos adquiridos em situações variadas do dia-a-dia.
A partir da perspectiva de problematização das situações cotidianas, de reflexão sobre o planejado e o inusitado, de contemplação dos saberes de seus pares, é que se pretende tornar os alfabetizadores de EJA novamente aprendizes, instigando-os a serem observadores, leitores, escritores e a usarem sua fala docente como veículo de produção e circulação de conhecimentos desenvolvidos no palco da aprendizagem: a sala de aula.
É nesse caminho que buscamos o sentido da formação continuada no Brasil Alfabetizado: o conceito de professor como prático reflexivo, que reconhece a riqueza da experiência que reside nos seus saberes e na sua prática.
A intenção é oferecer uma riqueza de possibilidades didáticas, as quais serão produtivamente aproveitadas pelos alfabetizadores em seus planejamentos, colocando-os em constante movimento dialético de ação-reflexão-ação.
Assim, estudos teóricos estarão aliados a exercícios analíticos de atividades e materiais didáticos para a alfabetização de jovens e adultos, bem como à produção de planejamentos e criação de recursos pedagógicos que atendam a essa modalidade de ensino e sua clientela.
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