O tempo não diminui a saudade, não faz diminuir as lembranças e nem apaga o que foi vivido das memórias dos que ficaram. O tempo apura sua ausência e faz mais forte a lembrança de sua presença, ainda viva, em nossos corações.
A lembrança, a saudade de você, não é como sombra que se arrasta, é como um facho de luz que se acende, revelando o amor puro que foi vivido, a honestidade, a integridade, a fidelidade e a lealdade que foi compartilhada. Todas as virtudes que estavam contidas em você e que hoje se percebe em
seus frutos... Nos filhos que Deus nos deu. Nos netos que você não conheceu, mas que de onde você estiver, ajuda a orientar...
O tempo da dor não passa, ainda dói – e esta dor não passará, porque metade de nós se partiu com sua partida, e a outra metade teve que aprender a sorrir para continuar. O sofrimento, este sim por vezes é curado, deixado de lado. E assim, podemos perseverar... A Fé que nos consola e nos faz aceitar que alguns têm que partir, outros irão chegar...
27 anos de saudade. Uma vida de lembranças. Um traço de amor que se fez único, e de tão belo e intenso que é – não foi, é – permanece em nossos corações.
“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.”
(Ausência, Carlos Drummond de Andrade)
Dalva Vieira
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