O desenvolvimento de competências
e habilidades em língua portuguesa, matemática e outras disciplinas a partir da
leitura de um periódico foi a opção do Colégio Estadual Parque dos Buritis, em
Goiânia, no Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI). O projeto Jornal no Mural
contribuiu para o aperfeiçoamento da leitura, interpretação e produção de
textos. Também permitiu aos estudantes conhecer diversas formas de linguagem e
aprimorar o vocabulário.
“O jornal local de maior
circulação em nosso estado é afixado nas paredes das salas de aula
diariamente”, diz a professora Aline Souza de Camargo, coordenadora do Programa
Ensino Médio Inovador – Projeto Jovem do Futuro (PJF). “Assim, os alunos têm
acesso a ele nos períodos de intervalo ou quando um professor propõe seu uso na
sala de aula”, explica.
Professora de química e ciências
da rede pública de Goiás há dez anos, Aline tem licenciatura em química e
mestrado em ensino de ciências na área de química. Ela exerce também as funções
de coordenadora pedagógica e de orientadora do Pacto para o Fortalecimento do
Ensino Médio.
Professores de todas as
disciplinas adotam a leitura do jornal, cada um de acordo com o contexto do
conteúdo curricular. Professora de língua portuguesa, Maria de Lourdes da
Silva, aproveita para orientar os estudantes a ler manchetes e notícias de
maneira crítica. Para ela, a leitura de um jornal contribui para a ampliação do
vocabulário dos estudantes. Com graduação em letras, Maria de Lourdes está no
magistério há 22 anos.
Debate — A professora de história
e de sociologia Divina Maria de Souza procura, no jornal, notícias de interesse
dos jovens ou assuntos de repercussão local, nacional ou internacional. Depois,
em sala de aula, promove debates a fim de desenvolver opiniões e argumentações.
“Em seguida, procuro incentivar os alunos a produzir e expor textos nos murais
da escola”, revela.
De acordo com Divina, o projeto
resulta em benefícios. “Estimulando a leitura, temos jovens conscientes e
capazes de se tornarem sujeitos de sua história e de seu aprendizado, de desenvolver
a capacidade de se expressar oralmente, de conhecer direitos e deveres, de
exigir mais dos órgãos competentes nos grupos sociais em que estão inseridos”,
ressalta. Outra contribuição valiosa, segundo a professora, tem sido o
desenvolvimento da escrita. “A cada debate de um tema gerador segue-se uma
produção textual”, diz. “Observamos não apenas a ortografia, mas também a
capacidade criativa do aluno ao dissertar sobre diversos assuntos.”
Divina tem observado uma boa
aceitação dos alunos. “Saímos da rotina e trazemos para a sala algo inovador,
que é a leitura dos assuntos do cotidiano, de interesse deles mesmos”,
salienta. Ela reconhece que nem sempre os estudantes entendem esses mesmos
temas quando apresentados pelos telejornais. Então, ela complementa as
informações com dados do contexto histórico. “É muito mais interessante do que
uma aula expositiva”, justifica. Há 26 anos no magistério, Divina tem
licenciatura em história e pós-graduação em história regional, local e nacional
e em métodos e técnicas de educação superior.
O Colégio Parque dos Buritis deu
início às atividades do ensino médio inovador em 2012. Além do projeto Jornal
no Mural, o diretor da unidade, Roberto Bernardes da Silva, cita a realização
de projetos de monitoria, acompanhamento de alunos com dificuldades de
aprendizagem, futsal e passeios educativos a cidades históricas. “Toda
atividade que leva a instituição a sair da rotina é bem vista pela comunidade
escolar”, afirma. “Por meio dessas ações, despertamos a cidadania, trabalhamos
a socialização e fortalecemos o processo ensino-aprendizagem.”
Com graduação em filosofia e
pós-graduação em educação ambiental, Roberto Silva atua no magistério há 22
anos.
Fátima Schenini
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