Pesquisa do Ministério da Saúde
aponta que um em cada cinco brasileiros consome doces em excesso, cinco vezes
ou mais na semana. O índice é ainda maior entre os jovens: 28,5% da população
de 18 a 24 anos possui alimentação com excesso de açúcar. Nessa faixa etária,
30% também costuma beber refrigerantes diariamente. Esses hábitos preocupam
diante do avanço de doenças crônicas no país, em especial o diabetes. A doença
atinge atualmente 7,4% da população adulta do país, acima dos 5,5% registrados
em 2006.
Os dados são da pesquisa Vigitel
2015 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico), lançado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (7),
Dia Mundial da Saúde. O estudo monitora fatores de risco para doenças crônicas,
atualmente responsáveis por 72% dos óbitos no país. Foram entrevistados por
telefone 54 mil adultos (18 anos ou mais) que vivem nas capitais brasileiras.
O diabetes é mais frequente nas
mulheres (7,8%) que nos homens (6,9%) e se torna mais comum com o avanço da
idade. Entre as cidades, o Rio de Janeiro apresentou o maior índice (8,8%),
seguido de Porto Alegre (8,7%) e Campo Grande (7,9%). Palmas (3,9%) apresenta o
menor percentual de população adulta com diagnóstico de diabetes, junto com São
Luís (4,4%), Boa Vista (4,6%) e Macapá (4,6%).
“O crescimento do diabetes é uma
tendência mundial, devido ao processo de envelhecimento da população, sendo
diretamente ligado as mudanças dos hábitos alimentares e à prática de atividade
física. A obesidade é um dos principais fatores de risco e precisamos
conscientizar e educar cada vez mais nossas crianças e jovens para o cuidado
precoce da saúde, evitando o adoecimento”, destaca o ministro da Saúde, Marcelo
Castro. “O Ministério da Saúde tem atuado na promoção de hábitos saudáveis e
alcançado resultados importantes no acesso a diagnóstico, assistência e tratamento,
fundamentais para conter o avanço da doença e reduzir as complicações. Sem
dúvida, essa é uma conquista do SUS”, reitera.
Apesar do avanço do diabetes no
país, o número de internações devido a complicações da doença reduziu 11,5% nos
últimos cinco anos. Em 2015, foram 67,1 internações por 100 mil habitantes
contra 75,9 por 100 habitantes em 2010. Ano passado, foram registradas 137,4
mil internações por agravos da doença no SUS, a um custo de R$ 92 milhões. Esse
é resultado de políticas voltadas à melhoria do atendimento na Atenção Básica e
expansão do acesso à medicamentos.
A mortalidade prematura (pessoas
com menos de 70 anos) também caiu entre 2000 e 2013, acompanhando a tendência
em relação ao óbito por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) nessa faixa
etária que reduziu 2,5% ao ano no período. Esse índice está acima da meta
estipulada pelo Ministério da Saúde, que era de queda de 2% ao ano. Mas ainda é
alto o número de pessoas que morrem por causa do diabetes no Brasil, foram
registradas 58.017 óbitos em 2013.
Fonte: MDS
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