Na semana em que se celebra o Dia da
Mamografia e o Dia do Mastologista (hoje, 5 de fevereiro), a Sociedade
Brasileira de Mastologia (SBM) faz um alerta sobre a necessidade das pacientes
de câncer de mama e outros tipos serem priorizadas no plano de vacinação para
imunização da COVID-19.
A entidade lembra que ao longo de
2020 o impacto para essas pacientes já foi grande, pois muitas não foram
realizar os exames preventivos, como a mamografia, e outras interromperam,
efetivamente, o tratamento por receio de irem ao hospital ou pela dificuldade
que encontraram nas unidades hospitalares de todo o país.
O Dr. Vilmar Marques, presidente da
SBM, diz que durante toda a pandemia foi notória essa queda, o que gerou
bastante preocupação. Agora, neste momento, além de conscientizar as mulheres
para que não deixem de dar continuidade a sua rotina de ir ao médico, realizar
exames e manter o tratamento, o que mobiliza a entidade é sensibilizar as
autoridades quanto à vacinação, pois elas compõem o grupo de risco, muitas com
a imunidade baixa devido ao tratamento que estão sendo submetidas.
O levantamento realizado em centros
hospitalares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas principais
capitais, revelou que a queda nos atendimentos de mulheres em tratamento, nos
meses de março e abril, logo no início da pandemia, foi em torno de 75%, em
comparação ao mesmo período de 2019.
Já a Rede Brasileira de Pesquisa em
Câncer de Mama, em parceria com a SBM, mostrou que o número de mamografias
entre janeiro a julho de 2020 caiu 45% em relação ao ano anterior. Tudo devido
ao medo de se contaminar durante o deslocamento e também ao dar entrada na
unidade de saúde. E, embora nos meses seguintes isso tenha amenizado, muitas
pacientes ainda se mantêm resistentes.
Vilmar Marques ressalta que não se
sabia que a pandemia duraria tanto tempo. Diz que é compreensível o medo das
mulheres, mas alerta que o câncer não espera. Interromper o tratamento é um
risco muito grande, maior do que contrair o vírus, já que os hospitais estão
seguindo todos os protocolos sanitários.
Para o dr. Marques, incluí-las nos
grupos prioritários é de extrema importância, representando a vida de algumas e
maior segurança para todas. Não podemos aguardar. Muitas já perderam meses de
tratamento e estamos percebendo que o percentual de realização tanto de exames
preventivos, como a mamografia, como de tratamento ainda continua baixo",
alerta.
O presidente afirma que a Sociedade
Brasileira de Mastologia como um todo entende a imprevisibilidade da vacinação
em massa, o cenário das unidades ainda sob os efeitos dos casos de COVID-19
(trabalhando perto da lotação) e também a ausência da telemedicina no SUS, o
que inviabiliza o atendimento à distância que já ajudaria.
O presidente da SBM disse que os
mastologistas de todo o país compreendem o cenário crítico devido à incidência
crescente da Covid-19 nessa nova onda, porém, sem atendimento remoto e sem as
mulheres indo às unidades, só resta ao País priorizá-las na imunização para que
os profissionais possam encorajá-las e que elas tenham maior tranquilidade e
segurança de se deslocarem em médio prazo, continuando prevenção e tratamento.
Estamos falando de vidas ameaçadas.
* Com informações colhidas da
Sociedade Brasileira de Mastologia
Link da Informação: https://defato.com/cesarsantos/64073/coluna-csar-santos-5-de-fevereiro-de-2021#.YB1dCg1xAl0.whatsapp
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